Lembro quando vi minha filha conversando com um chatbot pela primeira vez. Ela ria, fazia perguntas, compartilhava segredinhos… e meu coração apertou. Não era ciúmes, era aquela preocupação silenciosa que todo pai sente: será que estou deixando ela entrar num mundo que não conheço direito? A IA pode ser ameaça ou pode ser oportunidade. Depende de como a gente conduz. E como pais, nossa maior missão é justamente essa: aprender a guiar.
O Medo Que Todos Sentimos
Tenho medo de deixar minha filha usar inteligência artificial, confesso. Não é um pânico, mas aquela preocupação que a gente sente aqui no peito. Os termos de uso acabam requerendo a responsabilidade só do usuário, e a gente fica pensando: o que eu faço em casa fica registrado nesse aparelho, e alguém pode acessar minha rotina.
Mas ao mesmo tempo, vejo ela se divertindo, aprendendo, explorando… É como uma pessoa que se importa comigo, ela diz. E aí fica aquele conflito interno: proteger demais ou deixar explorar?
Babá Digital Não Existe
Nunca entregue a inteligência artificial como se fosse uma babá digital. Aprendi isso na prática. Deixei ela um tempinho com um aplicativo educativo com IA, e quando voltei… ela estava vendo conteúdos que não eram adequados. E foi assim que percebi… Meu maior medo é com os conteúdos que a IA recomenda automaticamente. A inteligência artificial não é a dona da verdade, e muito menos substituta para nossa presença. Acompanhar os filhos em seu aprendizado digital é uma preocupação de longa data, mas agora ganhou um novo capítulo.
Os Riscos Reais (e Como Enfrentá-los)
Pais têm mais uma atividade online para se preocupar: adolescentes ‘sexting’ com chatbots. A dependência do uso de celular é patológica quando não temos limites.
Mas também vejo o outro lado: a IA pode ser um atalho para o aprendizado, mas também pode exercitar a mente se usada com sabedoria. O segredo? Estar presente. Não é sobre vigiar, mas sobre participar. Sabe?
Perguntar o que estão conversando, mostrar interesse genuíno, explicar que aquela ‘voz’ não é um amigo de verdade… São pequenos gestos que fazem toda diferença.
Construindo Pontes, Não Muros
Como ajudar seu filho a usar a IA de forma emocionalmente segura? Comece sendo curioso junto. Sente-se com ele, explorem juntos, façam perguntas à IA como uma dupla.
Assim, você acompanha o que está acontecendo, entende como a tecnologia funciona, e ainda fortalece o vínculo. A IA emocionalmente segura para crianças começa com nossa participação ativa. Não é sobre proibir, mas sobre educar. Não é sobre temer, mas sobre compreender.
O Futuro Que Queremos Construir
Será que podemos contar com IA para saúde mental? Talvez, mas nunca como substituto para nosso abraço, nossa conversa, nossa presença.
Como lidar com essa nova realidade sem que ela se torne uma ameaça? Com diálogo, com limites claros, com muito amor. E principalmente, lembrando que por trás de toda tecnologia, estamos nós, humanos, tentando fazer o melhor pelos nossos pequenos.
No final, a IA é só ferramenta. Mas o coração, a conexão, o carinho? Isso é nosso, e nada vai substituir!
Source: How a chief product officer thinks about AI implementation in healthcare supply chains, Business Insider, 2025/09/12