
Sabe, amor… agora que a casa finalmente se acalmou e só se ouve o zumbido da cidade lá fora, fiquei pensando numa coisa que li. Diziam que a internet está ficando… artificial. Cheia de respostas que parecem certas, mas não têm alma. E a primeira imagem que me veio à mente foi o rosto curioso dos nossos filhos, tentando entender esse mundo.
Olhei pra você, exausta aí no sofá, e pensei em como a gente faz pra ser o porto seguro deles no meio de tudo isso. Como proteger os filhos dos riscos da inteligência artificial quando ela está em todo lugar? Deu um frio na espinha. Mas aí eu vi o jeito como você ensina eles a enxergar o mundo, e esse medo diminuiu. Porque a nossa verdade, a gente constrói aqui, de verdade.
A Tentação da Babá Digital e a Força da Sua Presença

É tão fácil, não é? O dia foi corrido, o cansaço bate, e a tentação de entregar o tablet pra ter cinco minutos de paz é gigante. Nunca entregar a inteligência artificial como se fosse uma babá digital, né? Mas às vezes a gente quase escorrega. Eu mesmo já me peguei pensando nisso.
Mas aí eu lembro de você. Lembro de te ver sentada no chão, construindo uma torre de blocos torta, explicando pela décima vez por que o céu é azul. Você não dá a resposta pronta. Você explora a pergunta junto com eles. Em um mundo que oferece soluções de um clique, você ensina o valor do processo, da descoberta. Essa presença, esse tempo… nenhum algoritmo consegue replicar. É a primeira camada de proteção que eles têm, e é a mais forte de todas.
As Fotos que Contam Nossa História, e o Medo do que Elas Podem se Tornar

Outro dia, eu estava olhando as fotos no seu celular. Cada uma com uma memória, um sorriso, uma careta que só a gente entende. Meu primeiro impulso foi pensar em postar, em mostrar pra todo mundo a família linda que a gente tem. Mas aí veio aquela preocupação… será que estamos protegendo o que mais amamos?
Meu maior medo é que as imagens dos nossos filhos caiam nas mãos erradas, que sejam usadas pra treinar uma inteligência artificial que a gente não controla. Será que a gente tá, sem querer, ajudando esses algoritmos a reconhecer nossos filhos? Fico pensando nisso. Mas aí eu vejo o seu cuidado. Você guarda esses momentos como um tesouro, pra nós. Você escolhe viver a cena em vez de só registrá-la. Você me ensina que a memória mais importante é a que fica no coração, não no feed.
Ensinando a Duvidar: A Inteligência Artificial Não é a Dona da Verdade

A cena de hoje foi incrível. Nosso pequeno veio correndo te mostrar algo que um assistente virtual disse, tratando aquilo como uma verdade absoluta. E você, com toda a calma, sentou com ele e disse: ‘Que interessante! Mas e se a gente pesquisasse em outro lugar também pra ver se é isso mesmo?’.
Naquele momento, você deu a ele a ferramenta mais poderosa para a segurança infantil na era da IA: o pensamento crítico.
Mas além de proteger nossas memórias, também precisamos prepará-los pra questionar o que encontram online.
Você mostrou como checar, como comparar, como duvidar das respostas. Ensinou, sem dar sermão, que a inteligência artificial não é a dona da verdade – como ensinar isso às crianças é um desafio, mas você faz parecer tão natural. Você está criando um ser humano que pensa, que questiona, e não um que apenas aceita o que a tela diz. Isso é proteção de verdade.
O Diálogo Ainda é a Melhor Proteção
No fim das contas, a tecnologia vai continuar evoluindo. Vão surgir coisas novas, mais desafios. Mas o que me deixa tranquilo é olhar pra nossa dinâmica. A gente conversa. A gente erra, pede desculpa, tenta de novo. E a gente ensina eles a fazer o mesmo.
O diálogo ainda é a melhor proteção. Essa conversa aberta, sobre medos, sobre o que é estranho, sobre o que é legal… é o que cria a confiança pra eles nos procurarem quando algo não parecer certo. Às vezes a gente vira um ‘chatbot de pais’, respondendo no automático por causa do cansaço, mas você sempre me puxa de volta. Você me lembra de olhar nos olhos, de ouvir de verdade.
O mundo lá fora pode ter seus algoritmos e suas vozes artificiais. Mas aqui dentro, a nossa voz, o nosso abraço e o nosso amor são o sistema operacional principal. E esse, amor, ninguém consegue hackear.
E sabe de uma coisa? Essa proteção que a gente constrói juntos, com conversa e presença, é o que vai fazer deles adultos capazes de navegar qualquer tecnologia que vier pela frente.
Fonte: Sam Altman Concerned That the Whole Internet Now Feels Fake as AI Takes Over, Futurism, 2025/09/13 13:00:25
