Você já notou como as crianças transformam o simples no extraordinário? Já observou aquela cena? Crianças transformando caixas de papelão em foguetes, narrando missões espaciais no meio da bagunça do jantar.
Sabe o que pensamos naquela hora? Falam tanto que a IA construirá o futuro delas… mas como protegemos isso aqui?
Não só a imaginação, mas a centelha que a alimenta. A humanidade desarrumada e alegre que nenhum código reproduz. Não se trata de combater a tecnologia. Assim como planejamos viagens em família para descobrir novos lugares, precisamos planejar como vamos navegar juntos nesta nova era digital.
Como na minha casa, onde às vezes preparamos jantares que misturam tradições de diferentes lugares, precisamos misturar o melhor da tecnologia com o melhor da nossa humanidade. O que precisamos fazer é abraçar com todo o carinho três superpoderes que já vivem nelas: a curiosidade inquebrantável, a arte de escolher significado em meio ao ruído, e conexões que as enraízam como carvalhos.
O ‘Porquê?’ que Nenhum Algoritmo Supera
Lembra da cena no parque? Crianças examinando minhocas na terra com gravidade de cientistas. Ao invés de buscar respostas no celular, alguém pergunta: ‘Por que será que elas gostam tanto do solo?’
Lembro da minha filha olhando para aqueles bichinhos com olhos de curiosidade pura… momentos assim não rogam tela, né?
Quinze minutos de escavação, mãos na terra úmida, teorias sobre ecossistemas subterrâneos. Nenhum assistente virtual substitui essa experiência. É assim que se acende o motor do ‘porquê’ — a força ancestral humana que chatbots jamais saciarão.
Já pensou se a arrumação da cozinha virasse experimento de física com pratos deslizando? E se ‘não sei’ virasse nossa frase mais honesta (e libertadora)?
Precisamos de crianças que perguntem mais do que aquilo que os algoritmos já sabem responder. O presente do tédio? Que tal transformar aquelas tardes sem planos em aventuras de descoberta? A imaginação das nossas crianças é um FOGUETE que nunca vai pousar!
Proteção da Imaginação na Era Digital
Cena comum: crianças paralisadas diante de tantas opções de desenhos. E se criássemos um ‘Salão da Fama Familiar’? Só entra o que nos orgulharíamos de expor — livros, músicas, histórias que deixam marcas.
Perguntamos: ‘Isso nos faz corajosos ou só preenche tempo vazio?’
O pensamento crítico nasce aí — ler o cardápio do mundo e escolher o que nutre.
Curar não é restringir. É aguçar o radar para o que vale à pena. Como parar um desenho para observar abelhas reais no jardim: ‘Veja como escolhem as melhores flores…’. É como filtrar rios digitais em sabedoria potável.
Quando a Conexão Humana é o Melhor Código
Existe um tipo de upload que nenhuma IA replica: olhares sincronizados durante uma dança na cozinha, abraços silenciosos após tombos, leitura de histórias com vozes que tremem de emoção verdadeira.
Conexão vive nos espaços não monitorados pela tecnologia — nas manhãs de panquecas queimadas onde rimos juntos dos formatos bizarros.
Quando preferimos terminar um romance a lápis de cor a dobrar meias perfeitas, ensinamos que pessoas superam tarefas. Esses laços viram o sistema operacional emocional delas — capazes de religar a resiliência e decodificar a solidão. São bússolas internas mais confiáveis que qualquer app.
Essas habilidades – curiosidade, imaginação e conexão – são os verdadeiros tesouros que podemos oferecer aos nossos filhos. São presentes que nenhum algoritmo poderá jamais dar! Que tal começar hoje, mesmo com o pequeno gesto de ouvir aquele ‘porquê’ que só uma criança pode fazer?
Fonte: 3 Human Skills That Make You Irreplaceable in an AI World, Getting Smart, 2025-09-16.