
Você já reparou como o mundo parece estar correndo mais rápido do que nunca? Pois é, até as escolas de publicidade — conhecidas por formar criativos armados com textos afiados e direção de arte — estão agora correndo para incluir AI em seus currículos. A notícia de que instituições como Miami Ad School, Brandcenter e a School of Communication Arts em Londres estão reformulando suas aulas para que seus alunos dominem ferramentas de inteligência artificial não é apenas sobre o mercado publicitário. É um sinal poderoso de como o aprendizado em todas as áreas precisa se reinventar para acompanhar o ritmo da vida moderna.
E, claro, isso nos faz pensar: como pais, como podemos preparar nossos pequenos para esse cenário que já bate à porta?
Como as escolas estão adaptando o ensino com AI?

As chamadas ad schools, que já foram templos da criatividade tradicional, estão se transformando rapidamente. Segundo o diretor Vann Graves, do Brandcenter, “a indústria está se movendo em um ritmo muito mais rápido do que nunca. A educação precisa se mover ainda mais rápido”. Não adianta mais só saber lidar com lápis e papel — a brincadeira agora é outra! Agora é necessário dialogar diretamente com máquinas inteligentes e aprender a criar lado a lado com elas.
Curioso pensar que esse movimento não acontece só no nível universitário. Pesquisas internacionais, como o novo quadro de alfabetização em AI da OCDE, apontam que crianças e jovens devem aprender não apenas a usar ferramentas de inteligência artificial na educação, mas também a co-criar com elas e refletir sobre seu uso ético (fonte).
A pesquisa sugere que crianças e jovens devem aprender não apenas a usar ferramentas de inteligência artificial na educação, mas também a co-criar com elas e refletir sobre seu uso ético. Ou seja, não basta apertar botões: é preciso entender o impacto, pensar nas consequências e questionar sempre.
O que o AI representa para o futuro das crianças?

Se escolas de publicidade estão correndo para atualizar seus cursos, imagine o que isso representa para nossas crianças, ainda em seus primeiros anos escolares. Elas vão crescer em um mundo onde falar de AI será tão natural quanto falar de lápis ou régua. Isso pode soar assustador, mas também abre possibilidades incríveis!
Pense em uma criança brincando de montar blocos coloridos. Agora, imagine que ela tenha um assistente que sugira formas de empilhar de um jeito diferente, ou que conte histórias sobre o castelo que ela construiu. É disso que estamos falando: ferramentas que não substituem a criatividade, mas que a ampliam. O desafio é garantir que elas não fiquem apenas dependentes da máquina, mas sim que aprendam a questionar, explorar e manter o brilho nos olhos diante de cada descoberta.
Como equilibrar telas e infância criativa?

Aqui entra um ponto delicado: o equilíbrio. Sim, AI pode abrir horizontes, mas nada substitui o cheiro da grama depois da chuva, o riso solto em um jogo de pega-pega ou a concentração silenciosa diante de um quebra-cabeça espalhado na sala. Nossos filhos precisam tanto da magia dos algoritmos quanto da simplicidade do mundo real.
Uma boa ideia é transformar o uso de tecnologias AI em jogo coletivo. Por exemplo, ao invés de deixar a criança sozinha explorando uma ferramenta, que tal brincar juntos? Vocês podem inventar uma história em que o AI sugere personagens, mas a criança decide o rumo da aventura. Já testaram algo assim em casa? Isso reforça tanto a imaginação quanto a autonomia.
Quais habilidades serão essenciais com o AI?

O quadro de alfabetização em AI proposto pela OCDE destaca a importância de aprender estatística, ciência da computação e até ciências sociais como base para interagir com essas ferramentas. Mas, além dos números e códigos, há algo que não pode faltar: empatia, ética e colaboração. São essas competências humanas — e agora também competências em AI — que vão diferenciar nossos pequenos em um mundo cada vez mais automatizado.
Quando pensamos em futuro, é tentador imaginar apenas empregos ou carreiras. Mas talvez a questão mais importante seja: nossos filhos serão capazes de usar essas ferramentas para construir algo bom, justo e criativo? Esse é o verdadeiro ouro escondido na jornada de aprendizado.
Como preparar seu filho para o futuro agora?

O que podemos fazer hoje? Aqui vão algumas ideias simples, mas poderosas:
- Transforme perguntas em aventuras: se seu filho perguntar algo, em vez de responder direto, explore juntos como encontrar a resposta — seja num livro, numa conversa ou até pedindo ajuda a uma ferramenta digital.
- Valorize o erro: mostre que errar faz parte, tanto no mundo offline quanto ao testar uma nova função em um aplicativo. Isso cria resiliência.
- Crie momentos sem tela: um piquenique improvisado ou um desenho coletivo podem ser tão importantes quanto qualquer aprendizado digital.
Esses pequenos gestos constroem a base de confiança e curiosidade que será essencial quando chegarem à fase em que escolas e universidades já esperam fluência em AI.
Reflexão final: esperança em meio às mudanças

É impressionante ver como até áreas criativas tradicionais estão sendo redesenhadas pelo AI. Mas, no fundo, o que nossos filhos mais precisam não é de medo ou pressão — é daquele abraço apertado depois de uma aventura, a certeza de que podem contar com vocês — mesmo quando as máquinas parecerem assustadoras.
E talvez o mais bonito seja isso: no futuro, quando olharem para trás, nossos filhos não vão lembrar apenas das telas ou das máquinas inteligentes. Vão lembrar dos momentos de riso, das histórias inventadas em família e da confiança que sentiram ao perceber que podiam enfrentar qualquer novidade com curiosidade e coração aberto.
Source: Ad Schools Race to Equip Grads for the AI Age, Adweek, 2025-08-18 06:00:00
