O CEO do Grindr, George Arison, usou uma imagem poderosa recentemente: investidores de tecnologia agindo como ovelhas seguindo um rebanho na corrida pela IA. ‘Onde quer que três ovelhas vão, todos os outros seguem’, disse ele à Business Insider. Enquanto o céu de Songdo hoje lembra um cobertor cinza, fico pensando: será que estamos preparando nossas crianças para navegar em um mundo onde até os adultos às vezes seguem a multidão sem questionar? Como criar filhos curiosos nesse cenário?
Como pai de uma pequena exploradora, vejo minha filha perguntando sobre tudo, revisitando aquela verdadeira necessidade de entender o mundo – e me pergunto como cultivar essa curiosidade num mundo que às vezes prefere respostas fáceis a perguntas difíceis?
George Arison chama atenção para algo intrigante: embora sua própria empresa seja ‘orientada por IA’, ele vê um excesso de investimentos concentrados em aplicações específicas. Não é que a tecnologia em si seja problema – os modelos robustos continuarão – mas sim a mania coletiva em torno de certas soluções.
A pesquisa mostra números impressionantes: só em 2024, mais de US$ 100 bilhões foram injetados em empresas de IA! Será saudável tanta concentração?
Penso nas vezes em que as crianças da vizinhança todas querem o mesmo brinquedo ao mesmo tempo só porque ‘todo mundo tem’. Como pais, ensinamos que nem sempre a multidão está certa. A lição aqui é parecida: tecnologia revolucionária sim, mas com discernimento. Preparar nossos filhos para o futuro exige essa reflexão.
Como cultivar resiliência digital em casa?
Lembrei-me quando minha filha descobriu como o tablet funciona ‘por trás das telas’ – aquele olhar de admiração quando explicamos que há pessoas reais criando essas ferramentas transformou nossa relação com a tecnologia.
O próprio Arison tranquiliza: algumas empresas fracassarão, outras prosperarão. E com nossas crianças? O paralelo é claro – prepará-las para um mundo onde mudanças tecnológicas serão constantes. Como? Incentivando três pilares:
- Curiosidade que questiona: Em vez de só consumir tecnologia, ajudar os pequenos a entender ‘como isso funciona?’
- Flexibilidade criativa: Usar ferramentas digitais não apenas para seguir instruções, mas para criar soluções novas
- Bússola ética: Conversar sobre como cada invenção impacta pessoas reais
Uma ideia simples? Transformar o jornal diário em caça aos absurdos tecnológicos: ‘Vejam esta notícia de app milionário que ninguém usa – o que será que deu errado?’ Criar filhos curiosos começa nessas conversas.
Como vocês cultivam essa curiosidade em casa?
Que lições o Vale do Silício ensina aos pais?
Arison menciona algo sábio: esse comportamento de manada é ‘componente inevitável’ do sistema. Então em vez de temer a bolha, que tal extrair lições? Observem as crianças no playground: quando uma propõe um jogo novo, outras seguem – até que alguém ousa uma variação criativa. É essa habilidade de inovar dentro do contexto que diferencia os sobreviventes tecnológicos.
No artigo da Forbes, uma comparação histórica alerta: no auge da bolha das pontocom em 2000, empresas líderes representavam 15% do mercado. Hoje, as ‘Sete Magníficas’ da IA ocupam mais de um terço do S&P 500! Concentração perigosa? Talvez. Mas também oportunidade para ensinar sobre diversificação – de habilidades e pensamento. Assim como combinamos tradição com inovação na cozinha familiar, podemos combinar valores fundamentais com habilidades digitais, criando um equilíbrio único para nossos filhos.
Semeando independência na era dos algoritmos
E se aproveitarmos esse debate para fortalecer nossos lares como antídotos vivos contra o pensamento único? Sugiro pequenos rituais:
- Hora do ‘por quê?’: Quando surgir uma novidade tecnológica, desafiar a família a encontrar três usos alternativos além do óbvio
- Desconexão criativa: Reservar momentos semanais sem telas para inventar soluções analógicas para problemas reais
- Arquitetos mirins: Usar blocos de montar para representar como sistemas complexos funcionam – IA inclusa!
Aí está o segredo: enquanto o mundo adulto oscila entre histeria e euforia tecnológica, nossos lares podem ser espaços de experimentação equilibrada. Como diz Arison sobre as empresas que sobreviverão: serão as ‘muito, muito bem-sucedidas’. E nossas crianças? Serão os adultos capazes de discernir entre moda passageira e verdadeira inovação. Que possamos ser os guias que ajudem nossas pequenas exploradoras a encontrar seu compasso próprio em um mundo que às vezes parece seguir sem direção.
Fonte: Grindr’s CEO says there is a ‘VC bubble’ forming around AI, Business Insider, 2025/08/31 09:55:01