
‘Alexa, qual é o nome do dinossauro que gosta de flores?’ – Criando crianças curiosas em tempos de respostas instantâneas
Já aconteceu com vocês? Estava arrumando a mochila do pequeno quando ouvi uma vozinha perguntando ao tablet: ‘Ó Google, como se faz um vulcão de argila?’ Naquela pausa antes da resposta, nossos olhos se encontraram pela sala – aquele diálogo silencioso entre pais onde a preocupação com as respostas prontas dança com o espanto diante da familiaridade deles com a tecnologia. As ferramentas de IA estão nas nossas casas, nos celulares e até nos brinquedos. O desafio não é evitar essa realidade, mas aprender a navegá-la juntos. Porque por trás de cada ‘pergunta-assistente-resposta’ existe uma chance de ensinar quando confiar, quando questionar e como cultivar aquela centelha única que nenhum algoritmo pode copiar.
Quando a IA quer ser professora? Nossa estratégia para não perder o controle!

Lembram quando ela ensinou nosso caçula a amarrar os sapatos? Com a mesma paciência, transforma cada resposta da IA em oportunidade: ‘Que interessante essa solução! Vamos testar se funciona na prática?’.
Uma explicação de 30 segundos sobre frações vira experimento com copos de suco na cozinha. Percebi que o segredo está no ‘usar junto, perguntar junto’ – quando o dispositivo responde, ela sempre complementa: ‘E por que você acha que ele disse isso?’
Já até virei cúmplice desses debates caseiros onde nossa filha argumenta com o assistente virtual sobre porque os gatos caem em pé… ‘Não é magia, é física!’ – ela insiste, com carinha de quem está certa que humanos ainda são melhores em algumas coisas.
O Perigo do ‘Só Perguntar para a Máquina’

Ontem quase aconteceu: o menino estava a ponto de pedir resumo do livro pelo app ao invés de ler. Foi ela quem propôs o acordo: ‘Que tal você me contar uma parte, eu te conto outra?’ Vi o desânimo virar interesse aos poucos.
É a nossa lição de casa – quando a gente entrega todas as perguntas para as máquinas, perdemos um pouco da mágica da descoberta! Como aquela vez que questionamos o Siri sobre plânctons e acabamos pesquisando juntos num livro velho da estante.
‘Viu só?’, ela comentou depois, ‘tem respostas que ficam mais gostosas quando demoram pra chegar’. O desafio maior nem é a criança, confesso – somos nós, adultos, que às vezes cedemos à tentação da praticidade.
Diante desse desafio, percebemos que precisávamos de um plano. Foi assim que nasceu nosso ”Acordo Digital da Família”…
Nosso Acordo Digital da Família

Depois do incidente da pesquisa copiada, ela teve uma ideia brilhante. Em vez de bronca, propôs: ‘Vamos criar nossas regras sobre tecnologia?’. Surgiu o ‘Acordo da Casa’ escrito em cartolina colorida: 1. Sem IA antes de pensar bem sozinho 2. Juntos checamos respostas duvidosas 3. Celular sai da mesa durante histórias engraçadas.
No nosso acordo, combinamos incluir também momentos da nossa herança mista – como contar histórias da avó enquanto preparamos receitas que unem sabores do Brasil e de Portugal, sem celulares à mesa, claro!
A parte mais incrível? Ver os filhos explicarem pro primo porque não podem acreditar em tudo que o YouTube recomenda. ‘É que a máquina quer que a gente clique mais’, explicou nossa caçula, misto de sabedoria e inocência.
Até eu, que adoro um desafio, confesso: convencer as crianças que a IA é só ferragem? Esse tá ficando trabalho!
Guardando Espaço para o Que Nenhum App Pode Substitur
Sabem o que ela fez no sábado passado? Trouxe pra casa um quadro negro de verdade. ‘Vamos brincar de escola antiga? Sem emojis, sem autocorretor – só giz e imaginação’
Duas horas depois, estávamos todos cobertos de pó branco, criando histórias tão engraçadas que nenhuma IA conseguiria reproduzir. Esses momentos são a resistência gentil dela ao mundo digital – plantar sementes de criatividade analógica.
Começamos até uma lista das ‘Superpoderes Humanos’: 1. Fazer caretas que arrancam risadas 2. Achar objetos perdidos com sexto sentido maternal 3. Contar histórias que mudam conforme o estado de espírito do ouvinte.
Na hora de dormir, ela sussurrou algo que tocou no fundo do coração: ”Nenhuma inteligência artificial saberá nunca como fazer o pão de avó… ou o carinho que vai nele.” Palavras dessas que ecoam no silêncio da nossa família, lembrando que por trás de cada tela e algoritmo, o que realmente importa é aquele abraço apertado, aquele olhar de compreensão que só um pai ou uma mãe pode dar. Vamos continuar essa jornada juntos, criando memórias que nenhum robô jamais poderá apagar!
Fonte: Robotaxi Market Size Worth USD 188.91 Billion by 2034 Driven by Autonomous Innovation and Sustainable Urban Mobility, Globe Newswire, 2025-09-15
