
Final de tarde. As crianças tão entediadas. Você sabe como é — o cansaço acumulado do dia bate, e a tentação de entregar um tablet é real. Mas foi justo nesse momento que percebi algo. Olhei pra aqueles aparelhos que vivem dobrados nos nossos bolsos e pensei: como dobrar também nosso jeito de usar a tecnologia, sem que ela nos quebre?
Lembrei de você transformando uma simples videochamada num teatro de fantoches. Do jeito que usa o GPS pra ‘viajar’ com eles pelo mapa enquanto espera o trânsito passar. Você não demoniza as telas — as reinventa como pontes. E essa flexibilidade? É a nossa maior tecnologia, né?
Quando a Tela Virou Nossa Aliada
Sente comigo um instante. Lembra quando achávamos que ser bons pais era vigiar cada minuto de tela? Mas e se, em vez de cronômetro, usássemos mais… intenção? Te vi fazendo isso outro dia. Cansada depois do trabalho, poderia ter colocado um vídeo qualquer. Mas não. Você abriu um app de desenho e propôs: ‘Vamos criar um monstro juntos?’. Aquela tela que tantos dizem ser fria virou seu giz de cera digital.
Foi aí que entendi: não é sobre proibir, é sobre redesenhar. As crianças não veem limites — veem possibilidades. E quando dobramos a tecnologia a serviço da criatividade delas, ensinamos a lição mais linda. Que ferramentas não são barreiras, são argila nas mãos de quem sabe moldar.
Dobrando as Regras sem Quebrar a Confiança
Confesso: já fui do time ‘desliga isso agora!’. Até perceber o olho no olho deles — aquela mistura de revolta com incompreensão. Como estabelecer limites sem virar o vilão da história? Você me mostrou o caminho: negociando as curvas.
Lembra do combinado que fizemos? ‘Tela só depois que a mochila estiver organizada’. Parece simples, mas é genial. Transformou uma obrigação em passo pra algo desejado. E o melhor: quando eles pedem ‘mais cinco minutinhos’, em vez de sermos inflexíveis, dobramos um pouco. ‘Se acabar essa atividade, combinamos mais cinco’. Nunca falha. Porque eles se sentem ouvidos, não controlados.
A Arte de Desdobrar o Virtual em Real
Aqui entre nós: tenho medo do futuro. Da tal inteligência artificial, das redes sociais. Mas você? Transforma ansiedade em ação. Quando descobriu que Noah jogava aquele game online, não bloqueou. Sentou-se do lado. ‘Me ensina a jogar?’. E naquele mundinho pixelado, fez algo mágico: virou participante, não fiscal.
Isso me marcou. Porque você entendeu que tecnologia é idioma nativo deles. E em vez de vetar o dialeto, aprendeu a falá-lo. Virou a tradutora entre dois mundos. É o que fazemos nas chamadas de vídeo com a vovó, né? Quando você vira a câmera e diz: ‘Mostra sua pintura pra ela!’. Aquele aparelho vira janela, não muro.
Dobrar o problema em aprendizagem — essa é a verdadeira resiliência que estamos construindo!
Resiliência: Nossa Maior Inovação
Sabia que esses celulares dobráveis são testados 200 mil vezes antes de chegar às lojas? Parece muito, até lembrar de você. Na segunda vez que o caçula derrubou suco no tablet, eu já queria banir eletrônicos. Mas sua reação? ‘Vamos ver no YouTube como limpar!’. Dobrou o problema em aprendizagem.
É assim que criamos filhos prontos pro futuro. Não blindando-os das quedas, mas ensinando-os a dobrar os joelhos pra se levantar. Você faz isso todo dia. Quando o Wi-Fi cai e transforma a falta em chance de ler um livro juntos. Quando usa minha ansiedade com tecnologia como piada: ‘Olha o papai robotizando de novo!’. E aquele riso… Nosso melhor antivírus.
Para Onde Dobrar Agora?
Às vezes imagino nossos netos rindo dos nossos ‘celulares pré-históricos’. Mas o essencial vai permanecer, não vai? Essa nossa busca por equilíbrio. Essa coragem de dobrar regras quando o amor pede, mas manter firmeza nos valores que não negociamos.
Talvez a maior lição seja essa: não existem pais high-tech ou low-tech. Só existem pais presentes-tech. Que usam o que têm — uma caixa de papelão ou um tablet — pra dobrar o tempo a favor das memórias. Como você faz quando sugere: ‘Que tal gravarmos nosso próprio podcast de histórias?’. É nessa hora que percebo — enquanto estivermos dobrados na mesma direção, nenhuma tela será grande o bastante pra nos separar.
Fonte: Samsung’s Tri-Fold is a Game Changer for Foldables, Geeky Gadgets, 2025/09/13