
Imaginem só: alunos de ciência da computação em uma das universidades mais tecnológicas de ponta do mundo pedindo para voltar aos exames escritos à mão. Soa como um daqueles paradoxos modernos, não é? Sabe? Jure Leskovec, professor de Stanford, contou como viveu uma ‘crise existencial’ com seus estudantes quando a inteligência artificial começou a remodelar tudo. E agora, dois anos depois, são os próprios alunos que insistem em provas no papel. O que isso significa para o futuro da aprendizagem humana dos nossos filhos?
Alunos de Stanford em crise existencial com a IA?

Leskovec descreveu aquela fase como um momento de profunda reflexão: os estudantes não sabiam mais qual seria seu papel num mundo onde a IA parecia capaz de fazer pesquisas sozinha. ‘O que vamos fazer nós?’, questionavam. Isso me lembrou daquelas conversas em família, quando nossa filha pergunta se os robôs vão fazer tudo no futuro. É uma inquietação legítima, que ecoa até nas salas de aula mais avançadas. O interessante é que a solução veio dos próprios alunos – os assistentes de ensino, que são ex-alunos de graduação, sugeriram retornar aos exames em papel. Eles entenderam que, para testar verdadeiro conhecimento e harmonia tecnológica, às vezes o método mais simples é o mais eficaz.
Como equilibrar inovação e autenticidade na educação?
Não se trata de rejeitar a tecnologia, mas de encontrar um ponto de balanço. Leskovec mesmo admitiu que a IA trouxe ‘trabalho adicional’ para ele – ironicamente, mais árvores foram cortadas para imprimir as provas. Suas aulas com 400 pessoas parecem um ‘show de rock’, mas ele insiste em corrigir tudo manualmente, sem ajuda de IA. Essa busca por autenticidade ressoa profundamente comigo como pai. Quantas vezes preferimos um desenho feito à mão pela nossa pequena a um gerado por algoritmo? Há um valor inegável no processo, na tentativa, no erro – é nisso que a magia acontece, não é? Como pais, nosso desafio é incentivar essa harmonia entre habilidades humanas e ferramentas digitais: usar tecnologia para ampliar horizontes, mas nunca substituir a experiência direta de aprender fazendo.
O que revelam os estudos sobre IA e educação?

Pesquisas recentes confirmam essa necessidade de balanço tecnológico. Um estudo com 399 universitários em Hong Kong mostrou atitude positiva em relação às ferramentas de IA generativas no ensino, mas também preocupações com a dependência excessiva e seu impacto no valor da educação universitária. Os estudantes expressaram reservas sobre questões de precisão, transparência, privacidade e ética – especialmente sobre plágio, já que fica difícil determinar a originalidade do trabalho gerado por essas ferramentas. Outra pesquisa, realizada na Romênia, investigou como o uso excessivo de sistemas de diálogo com IA afeta capacidades cognitivas críticas como tomada de decisão, pensamento crítico e raciocínio analítico. São ecos daquela ‘crise existencial’ que Leskovec descreveu, agora documentados academicamente. Fonte e Fonte
Como preparar crianças para um futuro com IA?

Então como preparar nossos filhos para esse mundo onde a tecnologia avança, mas o humano permanece essencial? A resposta parece estar justamente na sabedoria dos alunos de Stanford: valorizar ambos. Podemos incentivar o uso de ferramentas digitais para explorar conceitos complexos, mas também garantir espaço para atividades que desenvolvam pensamento crítico, criatividade e resiliência. Que tal uma partida de jogo da velha ou damas em família que exija estratégia, em vez de sempre recorrer a apps educativos? Ou uma tarde desenhando e escrevendo histórias à mão, celebrando a imperfeição e as habilidades humanas? São nessas pequenas escolhas do dia a dia que cultivamos a harmonia que até os estudantes de ciência da computação estão buscando.
Um futuro com espaço para tecnologia e humanidade?
O retorno aos exames escritos em Stanford não é um retrocesso – é um ajuste de curso necessário. Mostra que mesmo na vanguarda tecnológica, reconhece-se o valor das avaliações que testam não apenas o que sabemos, mas como pensamos. Para nós pais, é um lembrete poderoso: preparar nossos filhos para o futuro não significa equipá-los com toda tecnologia disponível, mas sim cultivar neles a sabedoria de saber quando usá-la em balanço e quando deixá-la de lado. Afinal, como Leskovec descobriu, às vezes as soluções mais humanas vêm justamente daqueles que mais dominam o digital. Que possamos criar crianças tão sábias quanto esses estudantes – capazes de abraçar a inovação sem perder de vista o que torna nossa aprendizagem verdadeiramente humana? E você, como está encontrando esse balanço em casa?
Fonte: This Stanford computer science professor went to written exams 2 years ago because of AI. He says his students insisted on it, Fortune, 2025/09/07 09:35:00
