
Você sabia que, na pesquisa da KPMG com estagiários da Geração Z, surgiu uma mistura curiosa de entusiasmo e cautela em relação à inteligência artificial? Metade acredita que 20% de seus futuros trabalhos será automatizado, mas 92% confiam na própria capacidade de se adaptar. É como se eles gritassem: “Sim, queremos a tecnologia, mas também queremos manter o controle do volante”. Quem tem filho pequeno sabe como é: ao ver nossos filhos ainda no início da jornada escolar, essa visão é um convite à reflexão. Mas o que isso significa para nós, pais e mães? Como preparar os pequenos para um futuro em que ferramentas inteligentes estarão por toda parte, sem que percam a alegria de pensar, criar e imaginar por conta própria? Será que estamos ensinando eles a pilotar essa nave tecnológica?
O que a Geração Z nos ensina sobre o futuro?

Você sabia que, na pesquisa da KPMG, 60% dos estagiários da Geração Z se consideram mais experimentais com ferramentas de AI que outras gerações, e 89% já usam essas soluções pelo menos uma ou duas vezes por semana (fonte)? Eles não têm medo de explorar, mas também sabem que não podem depender cegamente dessas tecnologias. A maior preocupação não é perder empregos, mas sim o risco de se tornarem excessivamente dependentes ou serem enganados por informações enviesadas.
Que contraste inspirador! Eles querem aproveitar o melhor da inovação, mas sem abrir mão da autonomia. E como pais, como podemos aplicar essa lição para nossos pequenos exploradores em formação? Esse equilíbrio é exatamente o que buscamos no dia a dia com crianças pequenas. Assim como a Geração Z pede mentores e não apenas gestores, nossos filhos também não querem só respostas prontas de aplicativos ou ferramentas digitais — querem adultos que caminhem ao lado, que mostrem o caminho e deem espaço para descobertas.
Como cultivar curiosidade e senso crítico nas crianças?

Ver jovens adultos equilibrando confiança em AI com cautela é um lembrete poderoso: a curiosidade deve vir acompanhada de senso crítico. Com crianças no início do ensino fundamental, isso pode ser cultivado de maneiras simples. Ao invés de apenas entregar soluções tecnológicas, podemos propor jogos de adivinhação, desafios de construção ou até pequenas histórias inventadas em família. Um exemplo divertido? Criar um jogo de perguntas em que a criança tenta adivinhar se algo foi pensado por uma pessoa ou por uma máquina.
Uma vez, minha filha me surpreendeu quando, ao ouvir uma historinha curta, disse: “Pai, isso não parece coisa de gente, parece coisa de computador!”. Ela tinha razão — era um texto gerado por uma ferramenta. Rimos juntos, mas também conversamos sobre o que torna uma ideia verdadeiramente humana. Esses momentos leves ensinam que não existe problema em usar ferramentas inteligentes, desde que elas não roubem a chance de imaginar. É um treino precoce para aquilo que a Geração Z já está vivendo no mundo do trabalho: usar AI como apoio, mas manter o pensamento humano no centro — essencial para desenvolver resiliência desde cedo.
Por que o equilíbrio é essencial para o futuro das crianças?

A pesquisa mostra também que quase metade dos estagiários da Geração Z deseja eliminar o modelo rígido de 9 às 5, priorizando bem-estar acima até do salário em muitas situações (fonte). Isso ecoa no que todos nós sentimos: ninguém quer que a vida seja apenas uma corrida.
Se pensamos nas tardes ensolaradas de verão, quando basta uma caminhada rápida até aquela pracinha perto de casa que vira castelo na imaginação da criança, percebemos que bem-estar surge de pequenos respiros. A Geração Z está exigindo isso em seus empregos, e podemos ensinar nossos pequenos a valorizar o mesmo em seus estudos e brincadeiras. Que legado poderíamos deixar se aprendêssemos juntos a equilibrar progresso e presença? — fortalecendo futuros adultos mais adaptáveis.
Como cultivar resiliência em casa?

Se a nova geração já se mostra confiante em aprender com a AI, cabe a nós dar a base emocional para que esse aprendizado não se torne dependência. Afinal, confiança sem reflexão pode virar armadilha. Uma boa forma é incentivar que os filhos façam perguntas abertas: “Por que você acha que isso funciona assim?” ou “O que poderia ser diferente?”.
Não são apenas exercícios de raciocínio.
São sementes de resiliência. Outra dica prática é equilibrar momentos digitais com experiências físicas e sociais. Montar quebra-cabeças em dias chuvosos, cozinhar algo simples em família ou inventar novas regras para um jogo clássico cria memórias e fortalece a capacidade de adaptação. São nesses instantes que as crianças treinam a flexibilidade que mais tarde será essencial quando enfrentarem ferramentas poderosas como a AI em suas carreiras.
Como alinhar sonhos e tecnologia no futuro dos filhos?

No fundo, o que a pesquisa da KPMG revela é que a Geração Z não quer escolher entre tecnologia e humanidade — e eles querem as duas. Eles querem a AI, mas também querem mentores, querem eficiência, mas também bem-estar. Isso soa familiar demais para quem educa crianças: nossos filhos também não querem escolher entre brincar e aprender, entre imaginar e entender regras. Eles querem tudo junto, e cabe a nós mostrar que esse “tudo” pode ser harmonioso.
Para os pais, isso significa apoiar tanto o uso saudável de tecnologias quanto momentos de desligar. Mostrar que é possível ser curioso e crítico, digital e humano, ambicioso e equilibrado. No fim das contas, o maior presente que podemos dar é isso: a certeza de que, mesmo num mundo de respostas prontas, a pergunta mais bonita sempre será deles.
Source: Gen Z wants to have their AI cake and eat it, too: KPMG intern survey reveals a generation that wants to have things both ways, Yahoo, 2025-08-20 13:43:24
