
Imagine um estudante recebendo um tema para falar em inglês e, em vez de ficar sozinho com o dicionário e o nervosismo, ter ao lado uma ferramenta inteligente que organiza ideias feito um assistente divertido!, ajuda a praticar frases e até ajustar o tom de linguagem. É exatamente isso que a Dinamarca permitirá a partir de 2026 em exames orais de inglês: uma hora de preparação com acesso a todos os recursos, inclusive inteligência artificial, antes de enfrentar o examinador presencialmente. Essa decisão é experimental e corajosa. Ela abre um debate poderoso sobre como queremos que nossos filhos cresçam em meio a um mundo que mistura lápis e algoritmos.
O que muda nos exames da Dinamarca com a IA?

De acordo com o Ministério da Educação dinamarquês, o uso de inteligência artificial será permitido apenas na parte oral do exame de inglês do ensino médio. Quando o aluno receber o tema, terá uma hora para se preparar e, nesse tempo, poderá usar qualquer recurso disponível, inclusive ferramentas generativas (fonte). Depois, a apresentação será feita ao vivo, frente a um examinador. A parte escrita continuará exigindo seções feitas à mão, para garantir que os estudantes não fiquem totalmente dependentes das telas.
O ministro Mattias Tesfaye destacou que os jovens crescem em dois mundos – analógico e digital – e precisam estar prontos para a realidade após a escola. Esse equilíbrio entre inovação e tradição é o coração da proposta: usar o digital como apoio, sem perder o valor do raciocínio próprio.
Por que essa mudança importa para nós, pais?

Essa notícia não é apenas sobre estudantes dinamarqueses; é um espelho do que pode chegar às nossas salas de aula no futuro. Quando ouvimos “AI em educação”, sentimos uma mistura de curiosidade e receio. Será que a criança vai ficar preguiçosa? Será que aprenderá de verdade? Ou será que, ao contrário, terá um guia que ajuda a construir confiança e clareza de expressão?
Confesso que quando li isso, pensei: nossa, é mesmo um divisor de águas! Pesquisas já indicam que a integração cuidadosa de IA pode diminuir a cola e estimular o desenvolvimento de estilo próprio de linguagem (fonte). Não se trata de substituir professores ou esforço pessoal, mas de ensinar os jovens a pensar com ferramentas de aprendizagem, não apesar delas.
Como isso se conecta à vida em família?

Pense em quando planejamos uma viagem em família: usamos aplicativos como Waze, dicas de amigos e ainda assim precisamos decidir o caminho, lidar com imprevistos e viver a aventura. A IA funciona de forma parecida: entrega opções, organiza ideias, mas a escolha final, a voz verdadeira, continua sendo da criança. É quase como brincar de montar um castelo de blocos: a ferramenta oferece peças novas, mas a construção continua sendo dela. Já imaginou seu filho fazendo isso, criando algo único com esse empurrão digital?
Em casa, podemos aproveitar esse espírito. Que tal propor um joguinho em que a criança pede a uma ferramenta digital ideias de histórias, e depois vocês dois inventam personagens malucos ou finais inesperados? Assim, vamos estimular que ela aprenda que a tecnologia dá o empurrão inicial, mas a criatividade humana é a estrela.
Quais habilidades realmente importam no futuro?

O experimento dinamarquês com IA deixa claro: o futuro não é só sobre saber conteúdos, mas sobre como pensar, avaliar e criar com apoio da tecnologia. Isso inclui aprender a desconfiar de respostas prontas, comparar informações e dar o toque pessoal. É como afinar um instrumento ou ajustar o volume no celular: a ferramenta ajuda a chegar no tom certo, mas a música ou a experiência só faz sentido quando o estudante coloca emoção e intenção.
Para nossos filhos, esse cenário pede que incentivemos curiosidade, espírito crítico e resiliência. Como quando tentam montar um quebra-cabeça e riem dos erros, cada tentativa vira treino de paciência e criatividade. Se hoje eles perguntam “por quê?” a todo instante, ótimo! Esse hábito de questionar é a base para lidar bem com qualquer IA. Se ficam frustrados quando um joguinho trava, é chance de mostrar que humor e calma são tão valiosos quanto saber tecnologia.
Como aplicar isso no dia a dia em casa?

Vamos ver como levar isso para a rotina? Como pais, podemos começar simples. Incentivar que a criança use ferramentas digitais para explorar ideias, mas sempre transformar em algo palpável: escrever à mão depois, desenhar, cantar, dramatizar. Isso cria um ciclo saudável entre tela e mundo real. Uma tarde tranquila pode virar laboratório criativo: usar um aplicativo para gerar cinco palavras aleatórias e depois inventar uma peça improvisada no quintal com essas palavras. Riso garantido e, de quebra, treino de expressão.
Outra dica é conversar sobre ética na educação tecnológica. Perguntar: “Se a máquina te dá uma resposta pronta, isso significa que é sempre certo?” Esse tipo de diálogo planta sementes de reflexão que, mais tarde, serão diferenciais no modo como nossos filhos lidam com desafios acadêmicos e profissionais.
O que esperar do futuro da educação?

O experimento da Dinamarca mostra que não precisamos escolher entre tradição e inovação. Podemos ter ambos. Lápis e IA, papel e algoritmos, emoção e lógica. Nossos filhos não vão apenas aprender inglês ou matemática; vão aprender a pensar, a questionar, a criar. E essa é a verdadeira preparação para a vida.
No fim das contas, a cena mais bonita será sempre a mesma: a criança se levantando, confiante, para falar com sua própria voz. A tecnologia pode dar suporte, mas o brilho nos olhos, a coragem de se expressar e a alegria de descobrir o mundo serão sempre humanos. E isso, amigos, é motivo de sobra para sorrir e acreditar que o futuro pode ser ainda melhor do que imaginamos. O que seu filho vai criar com essas ferramentas amanhã?
Source: Danish students to be allowed to use AI for English exams, Economic Times, 2025-08-22 11:11:56
