No Farol de Nossos Valores: Uma Conversa Depois que a Casa Dorme

Olha, está quieto aqui, só nós dois, depois que a casa finalmente dormiu. Eu tinha acabado de fechar a notícia sobre a rapidez da mudança digital quando vi você ainda com o tablet no colo, organizando as fotos da semana.

Nessa hora, notei que, com toda a revolução digital, a gente parece mergulhado em uma tempestade. Queremos proteger nossos filhos, mas também prepará-los para esse mundo. Não é sobre evitar a turbulência, mas construir nosso próprio farol interno, guiado por valores que permanecem firmes mesmo quando tudo ao redor muda.

Você já notou como às vezes, entre um noticiário e um vídeo de desenhos, a sensação de estar na correnteza é quase avassaladora? Eu sempre penso no jeito que você lida com isso — como quem já navega em tempestades. Você não bloqueia o vento, mas escolhe as velas certas.

Quando pausa o fluxo de notícias para conversar com as crianças sobre o que viram, vejo essa sabedoria renovada. É assim que filtramos a torrente: antes de escolher o conteúdo, você pergunta ‘isso nos aproxima ou afasta?’. Cada pequeno gesto, como explicar aos filhos sobre segurança nas redes sociais, é um rio que construímos dia a dia.

Nas noites de conversa sobre o que aprenderam online, juntamos a família para debater, e é como traçar um mapa juntos, com sua orientação como bússola.

Sabe aquela risada que você dá quando uma criança pede para explicar um meme que parece real? Você se inclina e ensina: ‘Vamos descobrir quem fez isso, e por quê?’. É assim que transforma a desconfiança em curiosidade — como escolher frutas no mercado, analisando cor e textura antes de levar para casa.

Quando orienta as crianças a questionarem ‘por que isso importa para nós?’, cada tentativa as aproxima da autonomia. Enquanto a IA responde rápido, só você consegue ensiná-las a refletir, e essa pergunta é o pulso do nosso futuro.

Lembro quando você usou a IA com as crianças para encontrar respostas sobre o sistema solar — e depois rimos ao comparar com as explicações que você dava.

Foi nesse momento que vi claramente: para você, a tecnologia é nossa ponte, não nosso muro.

Cada vez que diz ‘vamos descobrir isso juntos’, transforma vigilância em conexão. Quando uma criança abre um app e você pergunta ‘o que isso significa para a nossa família?’, criamos uma aliança de curiosidade.

É nesses momentos que transforma a IA de intrusa em aliada, mostrando que o medo pode virar conhecimento quando guiado pelo amor.

Mesmo com o mundo agitado, você mantém nossa noite de histórias: misturando fadas com códigos de programação, crise e coragem. Quando surge um problema, nos lembra que nossa força está na nossa sincronia — como remadores de um bote, cada movimento sincronizado nos mantém firmes.

Cada abraço compartilhado, cada ato de apoio mútuo, ecoa como um coração que resiste, e você é o coração dessa resistência. Todos os dias, reforça que nossa família é nossa âncora e asa, navegando qualquer mar.