
Querida, lembra quando falamos sobre aquela reportagem da IA? Fiquei observando você ajudar nosso filho com a tabuada e pensei: não é sobre tecnologia, é sobre o ser humano que estamos formando. Enquanto o mundo acelera com inteligência artificial, nós aqui em casa estamos cultivando algo que nenhum algoritmo pode replicar.
O momento certo para apresentar a IA

Como nossos filhos ainda são novos, ainda não apresentei ferramentas como ChatGPT para eles. Num vejo necessidade agora. Confesso que às vezes me pergunto se estou fazendo certo.
Mas estou me preparando mentalmente para esse dia. Porque o grande desafio não é técnico—é convencer uma criança de que aquilo é apenas uma ferramenta, não pode fazer todo o trabalho por ela.
É sobre ensinar que por trás de cada resposta rápida da IA, existe um processo humano de pensamento que vale a pena preservar.
A presença que transforma tudo

Já percebeu como tudo muda quando estamos presentes?
Lembrei do dia em que minha filha, brincando com um assistente de voz, perguntou como era a chuva no céu. Em vez de aceitar a resposta pronta, fomos juntos olhar pela janela — e ela criou uma história. Foi aí que entendi: nossa presença transforma a tecnologia em ponte para a imaginação.
A interação com a tecnologia deixa de ser isolamento e vira momento de aprendizado. É isso que fazemos quando lemos juntos, quando explicamos como as coisas funcionam.
Com a IA será igual—nossa presença transforma uma ferramenta impessoal em oportunidade de diálogo. É nesses momentos que plantamos as sementes do pensamento crítico.
Protegendo com discernimento, não com proibição

E essa abordagem nos leva agora à proteção mais eficaz contra informações equivocadas da IA: não está na proibição, mas sim no desenvolvimento da capacidade de análise. É como ensinar a nadar em vez de apenas evitar o mar.
Vejo você fazendo isso tão naturalmente—questionando, provocando reflexão, mostrando diferentes perspectivas. Essa habilidade de discernimento será o escudo mais poderoso que nossos filhos podem ter.
O que a IA nunca poderá substituir
A IA pode acelerar processos, mas nunca substituirá a coragem de tentar de novo após falhar, ou a compaixão de entender o outro.
São essas habilidades humanas essenciais que cultivamos aqui em casa—quando ensinamos a compartilhar, a persistir, a se colocar no lugar do outro. Enquanto o mundo fala em eficiência, nós estamos investindo em humanidade.
Equilibrando tecnologia e valores
O equilíbrio entre tecnologia e humanidade na educação não é uma fórmula pronta—é um diálogo constante. É sobre usar a IA como aliada, não como substituta.
Como você faz com tantas outras ferramentas: mantendo o foco no que realmente importa—formar pessoas capazes de pensar, sentir e se relacionar em um mundo cada vez mais digital.
O futuro que estamos construindo juntos
No final, preparar nossos filhos para a IA é sobre prepará-los para a vida. É sobre valores que transcendem tecnologia—resiliência, empatia, curiosidade.
São essas sementes que plantamos agora que florescerão daqui a 15 anos.
E nenhum algoritmo, por mais avançado que seja, poderá replicar a humanidade que cultivamos dentro desta casa.
