Depois que a casa silencia e as respirações dos nossos filhos se tornam a trilha sonora da noite, muitas vezes você e eu nos encontramos no sofá, olhando para a tela que já não é apenas entretenimento, mas um reflexo do mundo que nossos filhos vão encontrar. Nessa calmaria, percebo que as conversas entre nós são mais importantes do que qualquer roteiro que assistimos. Afinal, já parou para pensar como a IA está moldando a infância dos nossos filhos? A revolução da inteligência artificial não é apenas uma notícia distante — ecoa em nossas vidas diárias, como trabalhamos, criamos e educamos nossos filhos. E é por isso que quero compartilhar com você, minha parceira de jornada, o que vejo nessa transformação e como, juntos, estamos navegando essa nova era com a mesma inspiração que nos uniu.
O Seu Equilíbrio Silencioso
Assim como a tecnologia evolui com base no que conhecemos, nossa família constrói sobre cada experiência compartilhada.
Sabe, eu vejo como você consegue equilibrar o trabalho, a casa e as crianças de uma forma que me comove todos os dias…
Há uma tensão sutil no ar — a luta entre o novo e o que é verdadeiramente humano. Quando você fala dos desafios do seu dia, sobre como a tecnologia transforma o seu campo, percebo a mesma preocupação que aflige criadores: como manter a autenticidade em um mundo automatizado?
E essa preocupação me leva a outro ponto… Lembro de uma noite em que você se sentou cansada e disse: ‘Às vezes vejo mais erros de algoritmos do que criação nova.’ Naquele momento entendi que isso não é sobre máquinas, mas sobre quem guarda espaço para histórias que tocam corações.
E nossa família, mesmo sem trabalhar nesse setor, está no meio disso. Cada conversa, cada lição sobre empatia e criatividade, é como proteger o que há de mais humano em nós.
Momentos que Ensinarão a Questionar
Você tem esse dom de transformar coisas simples em lições profundas.
Falando em preparar os filhos, lembrei de algo recente que aconteceu… Lembre quando assistimos um filme com efeitos surpreendentes, e você, em vez de só admirar, perguntou para as crianças: ‘Vocês acham que essa cena é real? Como seria feita sem tanta tecnologia?’
Naquele instante vi em você não apenas uma mãe atenta, mas uma mentora que usa a cultura para preparar os filhos para um mundo complexo. Como estamos preparando nossos pequenos para um mundo que nem nós entendemos completamente?
A inteligência artificial que personaliza entretenimento para eles também os expõe a realidades sintéticas. Mas você os ensina a ver além do perfeito, a sentir o que é autêntico.
Sua abordagem é humana: não temer a mudança, mas dar ferramentas para questionar, refletir e apreciar com discernimento. Sempre diz: ‘Não se trata de impedir a tecnologia, mas de ensinar a navegar com coragem.’
Vejo isso funcionando. As crianças já apontam para uma cena e perguntam: ‘Isso foi criado por um robô ou por uma pessoa?’, mostrando que a semente do pensamento crítico está germinando.
Criatividade com Coração
E sabe o que mais me deixa CHEIO de orgulho? Como você transforma desafios em conexões de uma forma que só você sabe!
Lembre de uma tarde chuvosa em que você propôs fazer algo juntos com ferramentas digitais. Em vez de ver a tecnologia como ameaça, você a usou como meio para expressar criatividade.
As crianças desenharam com lápis, você digitalizou, e exploramos como a IA poderia ampliar suas ideias. Foi mágico ver a direção que você deu, enfatizando que a tecnologia só é ferramenta — a alma de qualquer criação vem da imaginação humana.
Veja bem, sempre repete: ‘O importante não é como fazemos, mas por quê.’ Enquanto muitos se preocupam com tela demais, nós vemos cada nova tecnologia como chance de aprender juntos e celebrar o que é autenticamente humano.
Quando pedem para ver um desenho ‘perfeito’, você pergunta: ‘O que torna uma história bonita? A perfeição ou as imperfeições que a tornam real?’ E eles respondem: ‘As imperfeições, porque é assim que a vida acontece!’ Essa sabedoria é o maior presente que damos a eles.
A Força que Não Se Vê
No meio da correria diária, observo a força que muitos não veem.
Como você equilibra emprego, cuidados, casa e ainda reflete sobre preparar a família para o futuro? Não é só sobre IA — é sua capacidade constante de guiar com sabedoria e coração.
Lembrei de quando você estava grávida, preocupada com como organizar tudo, e disse: ‘Achamos um jeito antes, acharemos outro.’ Essa resiliência, essa crença na adaptação, é o que mais me inspira.
Você não vê a revolução tecnológica como ameaça, mas como algo para compreender e usar. Toda vez que explica para as crianças que por trás de cada imagem digital há alguém que sonhou e sentiu, você ensina uma lição que nenhum algoritmo replicaria.
E isso nos fortalece como família. Num mundo que acelera sem parar, você nos dá âncoras: não na nostalgia, mas na certeza de que o essencial não muda — nosso amor, nossa conexão, a capacidade de criar significado juntos.
Fonte: Big Tech is Under Pressure From Emerging AI Giants. How Will This Change Hollywood?, Variety, 2025-09-21